O caldo
cultural que mistura precárias condições de vida, trabalho, baixa
escolarização, pouco ou nenhum acesso a bens culturais e uma religiosidade
rústica - essa última criada muito em função da lacuna deixada pela Igreja
Católica, que contando com um número insuficiente de padres, nos séculos XIX e
primeira metade do século XX, priorizava, obviamente, o atendimento a
comunidades mais “interessantes” do ponto de vista cultural, social e econômico, permitiu o surgimento, nessas comunidades desassistidas pelo Estado e pela
Igreja Católica, de líderes carismáticos que agruparam em torno de si, fiéis
ansiosos por pertencer a um “novo mundo”, longe das injustiças e privações a
que eram submetidos durante toda a sua vida Por esse motivo, se colocavam dispostos a morrer em
defesa de sua comunidade e seus líderes.
Embora as características do contexto no qual surgiram as comunidades
messiânicas em muito se assemelhe às especificidades do meio sertanejo, é
preciso destacar que estes movimentos ocorreram de norte a sul do
Brasil e em virtude de sua contestação à ordem estabelecida, foram combatidos desde o império, passando pela república e também no Estado Novo. Além disso, foram desqualificados pela
Igreja Católica.
Especificamente durante a Primeira República, a Guerra de Canudos
(1896-1897) no sertão da Bahia e a Guerra do Contestado (1912-1916) ocorrida na região em
disputa por Santa Catarina e Paraná, constituem-se como os mais importantes
movimentos messiânicos do período republicano. Para conhecer mais sobre esses
movimentos, apresentamos alguns fatos históricos sobre Canudos e Contestado,
disponíveis neste blog.
Por Francisca Sales e Roselaine
Passos
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